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Friday, September 26, 2008

RÚSSIA DO VERMELHO AO DOURADO


As férias, inicialmente pensadas para me recuperar hospitalizado de cirurgia prevista para setembro, se transformaram numa viagem impressionante. Fui longe. Moscou e São Petersburgo, lá perto do Mar da Finlândia. Frio e distante.Só no verão poderia ir. Fui com a cara, coragem e muitos agasalhos e remédios.O carinho dos amigos de lá e a excepcional sorte de desfrutar , talvez, os últimos dias realmente ensolarados desse ano naquele país ( embora frios para o meu padrão) tornaram a estada perfeita.Vi de perto a transição da Rússia Vermelha para a Dourada dos Tzares.Vi Lênin embalsamado na Praça Vermelha e os palácios de Pedro o Grande e de Catarina. Os guias russos só sabiam mostrar os palácios, e com muito esforço e conversa!!! ( como? se não falo russo?) consegui visitar lugares esquecidos e por onde circularam revolucionários de outrora. Lênin embalsamado e a revolução guardada num museu vazio de turistas e de russos.Mas cheio de lembranças de sonhos e utopias arranhadas.Moscou é hoje um grande canteiro de obras.São Petersburgo é uma bela e surpreendente cidade. A avenida Nevskc Prospect parece ainda cenário de romances do Dostoiévsky. Por sinal, nome de hotel 3 estrelas achado ao acaso.Ermitage é um belo e rico museu com quadros valiosos, apresentados como troféus de guerra arrebanhados dos alemães, que os surrupiaram provavelmete dos judeus antes de os matarem. Notável coleção de impressionistas, dezenas de quadros desses, numa coleção de alguns milhares de peças de divesas épocas e correntes. O Castelo de Peterholf, acho que é assim que se escreve, situado em cidade próxima de Piter ( como os revolucionários tratavam St Petersburgo, depois Leningrado) é outro lugar impressionante.Como os tzares gastaram dinheiro! Mas o povo, cadê o povo?História longa, complicada para explicar, difícil de entender.Tecnologia tiveram:prá mandar homen à lua,fazer guerra,prédios, indústria pesada etc.Mas a fome, a fome. O que poucos por aqui no ocidente observaram é a força ainda hoje da religião (ópio do povo , lembra?) ortodoxa.Enraizada no inconsciente coletivo do russo até hoje, sobressai nas cores e ícones dos templos e dos museus.Cada vez mais visível na política interna também.Com a desestruturação da república soviética, talvez seja usada como instrumento de unificação nacional. Mas é possível também que eu não tenha entendido nada.Pudera!Com essa língua que economisa vogal...Nunca vi tanta consoante junta! Uma coisa é certa: eles entendem de filas. Prá chegar, prá sair do país. Deixam a nossa polícia de fronteiras babando de inveja.Umas três revistas pelo menos e outras tantas conferências de passaporte alimentam filas intermináveis sempre furadas por algum VIP, ou pela habilidade de algum esperto que se posta , vindo do nada, ao seu lado com muita intimidade e cara de pau. Cada fila tem invariavelmente algunas dezenas de sub-filas paralelas que ao final convergem para um único ponto, em geral estreito e sem vírgulas para respirar... Atrás do balcão uma burocrata gorda, cansada, ansiosa pela hora da mudança de turno, escorregará, letamente e com estrondo, a mão num indefectivel carimbo.Tudo isso não impedirá seu embarque equivocado,sem apresentação do tíquete e sem o devido registro portanto. Mas esteja tranquilio porque antes do seu desembarque da aeronave na rota Moscou/St. Petersburg , alguém da tripulação pronunciará seu nome de maneira inínteligígel e lhe pedirá o bilhete não destacado na partida, para solenemente rasgá-lo na sua frente, impedindo assim uma improvável reutilização do bilhete no mesmo percurso.Uma gentil cortezia da famosa AEROFLOT.Cortezia sim, porque essa manobra o retirará da fila na escada do avião já no pátio. Poderá então, sozinho e sem entender uma única palavra nos quadros de aviso em russo, procurar a saída tranquilamente no labirinto de consoantes presas na parede. Fácil,não? Um pouquinho de paciência e conhecimento de inglês básico dão conta da necessidade.Passadas essas vicissitudes normais de qualquer viajante, aí começa verdadeiramente o passeio. Lembra da fila e sub-filas paralelas no embarque? Aqui estão elas novamente: agora é o controle de passaporte na chegada, no destino.Mistério. Tem mais gente na fila de chegada do que na da saída, lá no início do vôo. Mas é claro! Chegaram vários vôos aos mesmo tempo. A mulher do carimbo parece irmã gêmea e única da enfrentada na origem do vôo. O carimbo da chegada parece mais pesado que o da saída. Cansaço nosso da viagem?Impertinência? Operaçao tartaruga de campanha salarial? Os passageiros da terra parecem resignados, cabe deduzir que seja uma espera normal, rotineira de uns 50/90 minutos.Portanto, igual à daqui do Brasil. Mas agora em russo! Sem entender patavina e preocupado com a mala dando voltas numa esteira inalcançávell e desprovido ainda do indispensável carimbão.Ah, o famoso BRIC. Uma pausa para as atividades contemplativas

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