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Wednesday, March 28, 2007

CELESTE: FILME DE DÉBORA DUARTE & ILUSTRES

Débora Duarte talvez nem saiba que esse filme ainda existe. Rodado em 1970, em Paris, virou peça de colecionador. Poucas cópias, mesmo em Vídeo ( já nos anos 80). Garantiu uns trocados para alguns brasileiros que sofriam com o frio e a distância dos anos de chumbo. Além da Débora atuavam David José - do OFICINA de SP - creio, atores franceses conhecidos: Jean Rocheford, Lea Massari Além de alguns figurantes ilustres e desconhecidos. Esses últimos, brasileiros que se faziam passar por estudantes lusitanos. Quem distinguiria entre o português falado por eles e o original dos lusitanos? A cumplicidade dos atores garantiu uns trocados para os necessitados e agradecidos figurantes. Entre eles um hoje respeitado sociólogo ou cientista político cearense (Fausto) radicado em S. Paulo, um outro, cientista político de Belo Horizonte (falecido recentemente) e ex- presidente da Fundação João Pinheiro.Professor, escritor, pintor, poeta. Um grande e eterno amigo. Sim, Jarbas Medeiros e sua Nísia que muitos mineiros conheciam só da televisão. Com o dinheirinho conseguido foi possível a um outro participante ir conhecer Londres com amigo veneuelano. A encrenca foi tão grande que, ainda hoje, essa história não pode ser contada em todos os detalhes. Mas o filme, que não era nenhuma BRASTEMP, sobreviveu às intempéries do tempo e da História Foi achado em uma locadora em Paris , através a internet, em noite de insônia e reminiscências. Vejam como A Débora está novinha! Devia ter uns 20 anos.

Thursday, March 15, 2007

TECNOLOGIA CRESCIMENTO, DESENVOLVIMENTO

O reconhecimento da importância da atividade de inovação está na raiz de diversos estudos recentes sobre níveis de intensidade tecnológica na indústria.Isso em virtude da expectativa de sua contribuição para o crescimento econômico. A OECD - Organisation for Economic Co-operation and Development - patrocinou estudo que constitui referência para as análises comparativas sobre esforços empreendidos no domínio da inovação e seus impactos na economia. No Brasil, iniciativas patrocinados por instituições da comunidade empresarial e acadêmica se somam às ações empreendidas no âmbito do IBGE e utilizam classificações de nível de atividade tecnológica em suas análises.
Mas, afinal, qual sua utilidade e o que mostram esses estudos?
A taxionomia do nível de intensidade tecnológica aplicada na Pesquisa Industrial Anual (PIA Empresa/ IBGE) apontou para os seguintes principais resultados. Grosso modo, o setor de (a) alta intensidade tecnológica reúne as seguintes principais áreas industriais: equipamentos de transporte, equipamentos médico-hospitalares, eletrônicos, e de comunicações além de outras máquinas e equipamentos. Já o setor de (b) média / alta intensidade congrega os produtos farmacêuticos, produtos de fumo, químicos, celulose, outras pastas para fabricação de papel, peças para acessórios de veículos. Nas indústrias que compõem o segmento de alta intensidade tecnológica, a razão entre gastos com Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) / Receita Líquida de Vendas se situa em 1.31 %. No segmento de média / alta intensidade tecnológica a relação cai para 0,63. Na outra
extremidade, baixa intensidade tecnológica, a relação mergulha para 0.21% . Na pesquisa supra citada e representativa de 137 mil empresas, os setores de(a) alta e(b) média / alta intensidade tecnológica respondiam juntos por cerca de 18% da quantidade de empresas e 26% do total de pessoas empregadas. No outro extremo, os setores de baixa e média / baixa intensidade tecnológica, reunindo 82% da quantidade de empresas, respondiam por 74% do pessoal empregado. A pesquisa mostrou também que quase metade do pessoal empregado na indústria do país trabalha no segmento de baixa intensidade tecnológica e responde pela produção de valor adicionado quase equivalente ao produzido pelos trabalhadores do setor da alta tecnologia (onde atuam apenas 15% do pessoal empregado na indústria). Mostrou, ainda, que a produtividade do trabalho, ou seja, o valor da transformação industrial dividido pela quantidade de pessoal empregado é, em média, três vezes superior no setor de alta tecnologia. Produz mais valor com menos gente.
Da mesma forma que a taxionomia da intensidade tecnológica pode merecer eventuais reparos metodológicos, igualmente cuidadosa deve ser a sua aplicação em análises de estratégias de desenvolvimento. Afinal, (alta, média / alta, média baixa, baixa intensidade tecnológicas) não são categorias historicamente representativas do mesmo tipo de indústria, em variados países, economias e épocas. Auxiliam a traçar um retrato, mas não possibilitam compreender a dinâmica do processo histórico de suas construções. Isso significa dizer que políticas orientadas para a busca de eventuais simetrias com os perfis de economias e sociedades, ditas desenvolvidas, podem induzir a equívocos desastrosos. As tentativas de replicar estruturas produtivas, à imagem e semelhança das "economias modelo", podem representar
frustrante aventura. E a crescente contestação do modelo neoliberal reflete a rejeição desse caminho.
Portanto,os cuidados devem ser multiplicados.Os rankings devem ser relativizados. Isso não deve significar um pacto com a mediocridade, o imobilismo ou o atraso. Ao contrário, urge construir novos caminhos e novas métricas, que também contribuam para compreender e modificar a dinâmica, o sentido e as prioridades do desenvolvimento. Anos de estagnação econômica das décadas perdidas transformaram crescimento econômico em pauta arrojada. Crescimento e desenvolvimento são fenômenos distintos. Implicam em políticas públicas diferenciadas. Em ambas, entretanto, o conhecimento tecnológico desempenha papel essencial. A questão é saber construí-lo para poder usá – lo adequadamente, de acordo com as necessidades do desenvolvimento do país.E não apenas subir algumas posições num ranking discutível.

Arthur Pereira Nunes
Publicado no Caderno de Educação. FOLHA DIRIDIDA em13 3/2007

Tuesday, March 13, 2007

SOBRE FORMIGAS, PATENTES E MACUNAÍMA


Apesar de carregar marca de formicida no nome, nada entendo de formiga e desse veneno.Tranqüilize- se solitário leitor (a). Não está nascendo uma nova autoridade econômica por causa disso.Olhando em volta, perguntando aqui e acolá, fui descobrindo algumas coisas. Espero não sejam mais lendas da Internet. Segundo pesquisa da Nádia Paraense Santos, relatada no Congresso Brasileiro de Química, o pioneiro das patentes de formicida foi o Barão de Capanema (Guilherme Schuch Capanema). Amigo do imperador, nobre, doutor em Ciências Físicas, Matemáticas e empreendedor desfrutou do monopólio do formicida entre os anos de 1850 e os de 1880. Durante longo período foi o único autorizado a vender e fabricar formicida de todos os tipos no Brasil.Também desfrutou do privilégio do gelo por cerca de 10 anos.E introduziu o telégrafo.
Curioso é que, desde o início da concessão dos privilégios industriais, ainda no império, havia um rito especial para o caso das patentes de química, farmácia e alimentar.Provavelmente por razões de ordem sanitária, e não industrial, havia uma análise prévia à referida concessão. Mas a macunaímica formiga saúva já estava na origem de algumas disputas pelo privilégio da produção do formicida. Apenas entre 1830 e 1891, foram concedidas 25 patentes (privilégios industrias) para produtos destinados a oferecer-lhe combate implacável.No mesmo período, seriam concedidos 1924 privilégios para todos os demais setores juntos.
O tempo foi passando e, em 1927, portanto um ano antes do Mário de Andrade lançar seu Macunaíma, o escritório LECLERC & CO cuidava do registro da marca e da patente do Formicida Nunes.Que se juntaria a outros tantos. Pois é, tenho uma amiga que insiste em dizer que as fábricas de formicida tiveram origem na sua Ilha do Governador. Vai ver ela tem razão. Ao menos em parte, porque o Barão de Capanema (de ascendência austríaca, viu Mausy ?), de acordo com pesquisas do pessoal da química da UFRJ, teria implantado 3 unidades de produção.Uma em Rodeio - hoje Paulo de Frontim - outra em Salvador e a terceira (imagine!)...Na Ilha do Governador!
Quando ela digitalizar e colocar no ciberespaço o rótulo do formicida do seu vô, conto uma estória que já me narrou. Se ela deixar, claro.
E pensar que essa estória de formiga estava também no meio da discussão da nova lei de propriedade industrial dos anos 1990. Afinal, parte das questões mais polêmicas residia nas patentes da área química, fármacos, medicamentos e na tentativa de igualá-los aos demais produtos para efeito de tratamento patentário.Se "inventou" até a tal da patente pipeline para nos enquadrar retroativamente. Já que, desde Getúlio, não se reconhecia patente nessas áreas.
Contudo, uma vez mais, a Europa se curvou ante o Brasil.
Nas telas, Macunaíma foi grande sucesso de bilheteria aqui. Pelo mundo afora também foi bem visto.Em 1970, arrancava gostosas gargalhadas de um desconcertado público, em cinemas do Quartier Latin. Além, evidentemente, de inspirar Davi Corrêa no memorável samba enredo da Portela de 1975.
Com sua benção, Sergio Porto ( ele sabe porque):
" Macunaíma índio branco catimbeiro

Negro sonso feiticeiro
Mata a cobra e dá um nó"

Saravá, Mário de Andrade:


"Pouca saúde , muita saúva, os males do Brasil são".

Como se vê, a formiga é musa inspiradora da nossa ciência e da nossa literatura desde longos anos.

Saturday, March 10, 2007

FORMICIDA NUNES 80 ANOS


Carta guardada por quase 80 anos! Digitalizada há poucos dias. E publicada aqui para atender aos que se interessam pelos aspectos históricos das marcas e patentes.

SEDE DA FABRICA FORMICIDA NUNES


A Formicida Nunes foi típica e literalmente fábrica de fundo de quintal dos anos 30 a ? Na foto acima, provavelmente 1965, vê-se o portão de acesso entre os dois prédios. O da residência da família (rosa) e o da Igreja. Por ali trafegavam as carroças com latas de formicida para distribuição no comércio. Hoje, o local é um estacionamento. Os dois prédios foram derrubados para a chegada do "progresso."No fundo dos terrenos passa a atual Avenida Independência, lá se situa a entrada nova Igreja Metodista.

Wednesday, March 07, 2007

FORMICIDA NUNES


Ou o Brasil acaba com a saúva ou a saúva acaba com o Brasil. Acabava... Antes do lançamento da Formicida Nunes. Ou da onda do neo liberalismo.
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